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Um jovem estudante prestes a fazer o vestibular de Direito envia um requerimento ao responsável pela dispensa do serviço militar.
"Prezado senhor oficial militar, venho pedir a minha dispensa do serviço militar, por razões complexas, que explicarei em detalhes.
Meu pai - que é viúvo e advogado - e eu somos de condições econômico-financeiras precárias e moramos em um apartamento humilde, tipo ´Minha Casa, Minha Vida´, em bairro afastado. Como estudo e quero fazer Direito e prestar concurso para a magistratura, eu ainda não trabalho. O pai nos mantêm com honorários advocatícios sucumbenciais, que geralmente são baixos. Coisa, em média, cada vez, de 300 a 600 reais, que os juízes demoram a liberar. No andar de baixo do prédio, moram uma viúva e sua filha, ambas muito bonitas. Eu me apaixonei pela viúva e casei com ela. Meu pai se apaixonou pela filha e também se casou com esta. Nossas moradias são independentes. Foi, então, que começou a confusão.
A filha da minha esposa, ao casar-se com o meu pai, é agora a minha madrasta. Ao mesmo tempo, porque eu casei com a mãe, a filha dela também é minha filha (enteada).
Além disso, meu pai se tornou o genro da minha esposa, que por sua vez é sua sogra. A minha esposa está grávida; quando a criança nascer será irmão da minha madrasta.
Portanto, a minha madrasta também será a avó do meu filho, além de ser seu irmão. A jovem esposa do meu pai é minha mãe (madrasta), e o seu filho ficará sendo o meu irmão. Meu filho será então o tio do meu neto, porque o meu filho será irmão de minha filha (enteada).
Eu serei, como marido de sua avó, seu avô. Assim serei também o avô de meu irmão. Mas como o avô do meu irmão também é o meu avô, conclui-se que eu serei o avô de mim mesmo!
Portanto, senhor oficial militar, peço dispensa do serviço militar baseado no fato de que a lei não permite que avô, pai e filho sirvam ao Exército ao mesmo tempo. Se o senhor tiver qualquer dúvida releia o texto várias vezes (ou tente desenhar um gráfico) para constatar que o meu argumento é realmente verdadeiro e correto”.
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O coronel encarregado leu várias vezes e não entendeu nada. Mas se apiedou da complexa situação e deferiu o pedido.
No fecho da decisão, o militar ainda deixou uma irônica sugestão: “Tal como conseguiram alguns juízes, sugiro que o requerente e seu pai tentem obter, talvez com a compreensão jurisdicional de algum ministro do Supremo, um ´auxílio-moradia´ em duplicidade: seriam R$ 8.755,46 mensais livres de tributação”...
Fonte:http://www.espacovital.com.br/publicacao-33662-auxiliomoradia-para-advogado-e-filho